Somos o que nos ocupamos e nos ocupamos com o que somos

A criatura humana é o ser mais maravilhoso de Deus. Diferente dos outros seres vivos, o ser humano tem a capacidade de organizar sua vida. Mesmo sentindo certas necessidades, o ser humano é capaz de adiar a satisfação de tais necessidades para o momento que ele julgar conveniente. Por exemplo: quando estamos em nosso horário de trabalho, não é porque sentimos a necessidade de estar em casa que prontamente saímos. Temos a força de adiar a realização de tal desejo para uma outra oportunidade, já que sabemos a conseqüência de uma ação não conveniente. Neste caso, o ser demitido. Outros seres vivos procuram satisfazer suas necessidade na hora que sentem vontade, por isso podemos notar em certos animais a ferocidade de suas ações na caça para comer, que julgamos ser raiva.
            Usamos o tempo para orientar nossa ação. Quando? Como? Por quê? Onde? são todas questões envolvidas na organização do tempo de nossa vida. Os outros animais não usam tais questões, por isso não encontram facilidade em se adaptar aos desafios da vida. Está em nossas mãos orientar nosso tempo.
            Você pode se perguntar: será isso verdade? Tantas vezes desejamos algo, mas nos falta tempo. A falta de tempo é a desculpa que mais escutamos de nossos amigos e outras pessoas para adiar ou não realizar algo. Onde encontrar tempo?
            Tempo não se encontra por aí. Tempo é uma categoria usada por nós para realizar algo que desejamos. Tal desejo está dentro de nós mesmos. O que mais desejamos, mas facilmente encontramos tempo. Quanto menos é desejo, menos tempo encontramos. Certo que temos muitas ocupações, mas tais responsabilidades podem ser menos absolutas quando desejamos que seja. Assim podemos encontrar tempo para rezar, conversar com pessoas queridas, cuidar de nossa saúde, estudar, etc. “O tempo é meu”. Em outras palavras, o tempo depende de nossas escolhas, mesmo quando somos obrigados a cumprir certos horários.
            Para você compreender melhor o que afirmo, tenha o olhar sempre para frente e não se detenha em perceber só o presente. O tempo que uso agora é pensando no tempo de amanhã. Aquilo de que me ocupo agora, deve ser visto como algo para me alegrar no futuro, mesmo que seja algo imposto, pois resultará numa liberdade maior amanhã. Uma ilustração pode esclarecer melhor: A criança que vai à escola hoje obrigada, não tem muito prazer em viver o momento presente. Às vezes tem que acordar cedo e passar horas longe de seus brinquedos e pais. É uma experiência dolorosa e imposta. Mas há algum pai ou mãe que deixe seu filho sem ir para a escola? Se o tempo de ir à escola não for imposto pelos pais, amanhã esta criança será um adulto independente?
            Somos o que nos ocupamos e nos ocupamos com o que somos. Usar o tempo com responsabilidade é nosso desafio. Tudo com que nos ocupamos pouco a pouco fará parte de nossa vida, por isso Jesus disse certa vez: “...é da abundância do coração que fala a boca” (Mt 12, 34). No coração encontramos o deposito das escolhas feitas ao longo da vida. Essas escolhas determinam o nosso falar e o nosso agir. Como você usa seu tempo?

Pe. Francisco Izaú Cavalcante, scj
(Texto extraido do blog Agenda Cultural 2012  -http://agendacultural2012.blogspot.com/)

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